Na defesa do galego-português!!!

Na defesa do galego-português!!!

Maria Castelo apresenta diante do Concelho da Corunha uma nova iniciativa dirigida à defesa do ensino do Português e outras medidas para impulsar as relações Galiza-Portugal.

As nossas propostas no concelho da Corunha:

1.-Que reclame da Junta da Galiza desenvolver a Lei Paz-Andrade para o aproveitamento da lingua portuguesa e vínculos com a lusofonia incorporando a aprendizagem da mesma em todos os níveis do ensino regrado, e que o domínio do português tenha especial reconhecimento para o acesso à função pública e concurso de méritos. Havida conta de que vai para quatro anos que foi aprovada a referida lei e continua sem desenvolvimento nem dotação.
2.-Que o concelho propor no Conselho Escolar Municipal
para o português figurar como optativa no âmbito das competências em línguas estrangeiras em todos os centros de ensino da Corunha.
3.- A levar
para a frente programas de intercâmbios escolares com aquelas cidades do âmbito da lusofonia com as que A Corunha estiver irmanada.
4.- Solicitar 
a irmandade da Corunha com a cidade de Braga, assim como organizar e participar conjuntamente em todo tipo de foros e eventos linguísticos, culturais, económicos, ambientais, desportivos, turísticos, musicais, etnográficos.
5.- A organização de eventos conjuntos no eixo Atlântico, abrangendo a Região Norte-Atlântica que incluiria a área de Porto-Braga-Viana e pondo especial atenção no triângulo 
A Corunha-Vigo-Porto.
6.- A reivindicar desde o concelho as figuras de pensadores, investigadores e escritores d
a Corunha e redondezas, pioneiros defensores da incorporação da Galiza no mundo da lusofonia como são Jenaro Marinhas del Valhe, e Amparo Lópes Jean.

Elaborando conjuntamente com peritos e associações culturais, um programa de atuação para recompilar, estudar e divulgar a grande obra destas duas corunhesas ilustres tão esquecidas. 

 

Os nossos motivos:

O discurso político partidário, em muitos eidos, tende a ser muito variado entre as diferentes opções políticas e, por tanto, é lógico que governo e oposição façam propostas divergentes e atuem de jeito discordante/discrepante quando estão no governo. Ao contrário, às vezes, encontramos um discurso semelhante, o que faz com que, afinal, haja amplos consensos e apoio às iniciativas de governo por parte da oposição, assim como a aprovação das iniciativas da oposição por parte do partido governante.

Um dos acordos de maior repercussão para o presente e o futuro da Galiza foi a aprovação unânime da Iniciativa Valentim Paz-Andrade o 11 de março de 2014, a qual estabelece uma serie de medidas para a promoção do português e das relações de Galiza com os países de fala portuguesa. O acordo foi unânime e pelo tanto o desenrolamento/ desenvolvimento desta iniciativa deveria ter sido rápida e de fundo calado; mas, ao contrário, a situação a dia de hoje é mais bem cativa. 
A nível de ensino, diremos que Galiza no curso 2016/2017 ficou muito por baixo dos aproximadamente 20.000 estudantes de português existentes na Estremadura espanhola. De facto, a dia de hoje, nem a Junta da Galiza, nem as deputações, nem os concelhos têm programado, entre as suas atividades culturais, aulas de aprendizagem deste idioma. 

Quanto aos meios de comunicação, a situação é igual ou pior, pois as poucas vezes em que o português aparece refletido de jeito oral nos mass media, estes semelham procurar mais o afastamento do público do que a aproximação com o português.

Tudo faz pensar que existe uma intenção consciente de buscar sotaques de difícil compreensão e uma clara negativa a legendar os filmes ou as intervenções em português. Sirva como exemplo do que aqui se diz a recentemente estreada serie da TVG Vidago Palace.

No que respeita às crianças e à mocidade, o posicionamento (oficial?) é o de continuar a agochar o idioma, malia que na Galiza existam uns 3500 alunos de português.

A situação que se percebe desde o outro lado da raia não é muito melhor. Sirva como exemplo a visão de Renato Epifânio (Professor Universitário, Membro do Instituto de Filosofia da Universidade do Porto, da Direção do Instituto de Filosofia Luso-Brasileira, da Sociedade da Língua Portuguesa e da Associação Agostinho da Silva) quem o 2 de Junho de 2016 escrevia no jornal “Publico”: 

“Em 2014 aprovou-se, por unanimidade dos deputados do Parlamento Autónomo da Galiza, a chamada de “Lei Paz-Andrade”, que previa a inclusão do ensino da língua portuguesa nos centros escolares do ensino primário e secundário, a promoção de conteúdos em português nos meios de comunicação social públicos, e a inserção das instituições públicas galegas nos organismos internacionais do espaço de língua portuguesa. Entretanto, em 2015, o Instituto Camões assinou um Memorando de Entendimento com o Governo Autónomo Galego, visando formar professores e estabelecer critérios de avaliação para o ensino da língua portuguesa. Ainda em 2015, a Presidência da República de Portugal outorgou a Medalha de Ouro do Infante D. Henrique ao Presidente do Governo Regional, Alberto Núñez Feijóo, o que nos pareceu um compromisso real para a promoção da língua portuguesa nesse território. 

Dois anos após a sua aprovação, chegam-nos porém notícias preocupantes sobre a real implementação da Lei Paz-Andrade. A expansão do ensino da língua portuguesa – que foi de 850 no curso anterior para 1850 alunos no presente ano –, deveu-se exclusivamente à iniciativa dos pais dos alunos ou das entidades culturais privadas, sendo que o Governo Autónomo não transmitiu, a este respeito, qualquer instrução nem informação aos responsáveis dos centros escolares, parecendo assim não estar minimamente empenhado na real implementação da referida Lei. Quanto à rádio e televisão públicas, apenas se regista, para além das colaborações no programa “Aqui Portugal”, da RTP, a edição da banda desenhada “Os Bochechas”. Ignoramos se a RTP tem, a este respeito, alguma outra colaboração prevista.

Entretanto, fomos informados de que a candidatura do “Consello da Cultura Galega”, organismo público financiado pelos contribuintes galegos, ao estatuto de Observador Consultivo da CPLP (Comunidade dos Países de Língua Portuguesa), foi aprovada por unanimidade pelo Comité de Concertação Permanente da CPLP. Constatando que esta entidade tem defendido publicamente que “a língua galega é independente da língua portuguesa” (sic), perguntamos que sentido faz aceitar na CPLP uma entidade que promove o isolacionismo, ao invés da convergência linguística e cultural com os restantes países e regiões do espaço lusófono. A nossa perplexidade é tanto maior porquanto, em 2011, como então denunciámos, Portugal vetou a candidatura da Fundação Academia Galega da Língua Portuguesa – esta sim, uma verdadeira instituição da sociedade civil e realmente pró-lusófona – ao mesmo estatuto de Observador Consultivo da CPLP.

Desde LiGanDo temos claro que o correto manejo da variante internacional do galego conhecida como português, unida ao fundo conhecimento que há na Galiza do espanhol, colocam a nossa população no segundo posto mundial no manejo de idiomas depois do chino mandarim e no primeiro posto no referido ao espalhamento mundial dos idiomas manejados. Apenas posturas de ideologia nacionalista isolacionista (galega e espanhola) podem levar a entender a passividade que as distintas administrações (Junta de Galiza, deputações e concelhos) têm e a falta de interesse na promoção e visualização do português na Galiza.”

 

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